PROCURA EM ABRANDAMENTO NÃO BAIXA EXPECTATIVAS SOBRE OS PREÇOS
“A atividade no mercado residencial português parece ter condições para continuar sob alguma pressão este ano, com muitos indicadores ainda em terreno negativo e os inquiridos a antecipar a continuação de uma quebra nas vendas. Os custos mais elevados do crédito à habitação vão continuar a pressionar a procura e não se espera que este fator se dissipe tão cedo, uma vez que o BCE deverá fazer novos aumentos das taxas de juro. De qualquer forma, mesmo assim, a falta de oferta continua a influenciar o comportamento dos preços, com os inquiridos a anteciparem que os valores médios das casas continuarão a subir ao longo do próximo ano”.
“Neste momento, vários indicadores de mercado começam a confirmar a resiliência dos preços, apesar das condições económicas e monetárias adversas dos últimos meses. Em particular, o forte aumento das taxas de juro e da inflação abriu, para muitos, um cenário potencial de descida ou até colapso dos preços. Contudo, apesar de os riscos continuarem bem presentes, as expetativas são de estabilização, especialmente da inflação. Esta é uma situação que começa a impactar a forma como os operadores antecipam a evolução dos preços, num mercado que lida com as pressões adicionais do aumento dos custos de construção e da falta de oferta crónica de casas para venda. E esta é uma situação que a iniciativa governamental não parece conseguir resolver”.