Pela primeira vez o mercado pode conhecer a estrutura da procura em função da nacionalidade dos adquirentes. Os não-residentes representam uma quota de 18,3% do total do investimento na ARU da cidade de Lisboa, segundo os dados do SIR-RU.
Na presente edição da Ci faz-se uma análise focada no mercado da cidade de Lisboa, com especial foco no seu Centro Histórico.
Esse exercício beneficia dos indicadores estatísticos apurados no contexto do SIR – Reabilitação Urbana (SIR-RU), o sistema de informação sobre transações que a Ci tem vindo a desenvolver em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, tendo por base os elementos dos direitos de preferência dentro da Área de Reabilitação Urbana (ARU) dessa cidade. Mercê da natureza desta fonte de informação, este sistema tem uma abrangência (tendencialmente) exaustiva das transações realizadas, viabilizando o apuramento de resultados muito detalhados e com elevada representatividade face ao mercado.
Nesta edição abordam-se de forma sistémica os principais temas desse mercado. Desde logo, abre-se com os resultados do Índice de Preços do Centro Histórico, que nos revelam um novo ciclo de valorização no 2º semestre de 2016, período no qual este território valorizou 10% (semestrais), completando 5 semestres sucessivos de valorização. Esta dinâmica é muito diversificada localmente, sendo possível verificar níveis de preços muito distintos bairro a bairro e gama a gama, destacando-se alguns setores
tradicionalmente caros, como o Chiado, mas observando-se o emergir de outros com menor tradição quanto ao seu posicionamento, como é o caso de São Paulo.
A transformação da cidade de Lisboa é profunda e acelerada. Recordando-a há um pouco mais de 5 anos e confrontando-a com a realidade atual fica-se impressionado com o grau de reabilitação já atingido. Quantitativamente mas, essencialmente, qualitativamente, pois o perfil dos projetos tem uma muito maior valorização das pré-existências, uma vocação com forte crescimento dos usos turístico e de comércio e um crescente pendor de procura internacional.
Na ARU de Lisboa, no 1º semestre de 2016 os investidores internacionais foram responsáveis por 18,3% do volume de negócios em transações (considerando unicamente operações diretas). Compraram 314 milhões de euros, num total de 909 imóveis.
No período analisado, sobressaem duas nacionalidades: a chinesa e a francesa, seguidos com maior distância do conjunto dos países nórdicos. Ao ler a presente edição vai poder conhecer com detalhe o perfil de cada um desses tipos de compradores. Que gamas compram, que localizações procuram e qual o seu investimento médio (ticket médio). E realmente são perfis distintos, mostrando que a concepção de produto imobiliário deve inquestionavelmente atender aos mercados a que se dirige.